08 janeiro 2007

Quarto dia de pedalada - a história

Algumas palavras iniciais

Algum anônimo escreveu um comentário e disse que era pra dizer que sabia quem era. Como que a gente vai saber quem é? Pode ser uma pessoa de qualquer lugar do mundo, até da Inglaterra!!!

Sobre o pay per view, gostaríamos de esclarecer aos assinantes que ontem, por ser domingo, não houve exibição de episódio. Portanto, não houve quebra de contrato. . . .
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Podem sentar que hoje o capítulo é longo. Tá, você já está sentado, mas a idéia é essa.

Estavam nossos aventureiros no auge de sua forma física, depois de um dia inteiro de descanso, animados com a possibilidade de superar mais um desafio e embriagados com o sucesso do último dia de pedalada. Após pegar a balsa das 7h que os levaria da ilha de Cananéia para o continente para seguirem viagem, Henrique Fernando e Mauricio Alexandre tomaram seu reforçado café da manhã protegidos da chuva pelo teto de um isolado ponto de ônibus na rodovia SP 226. Pão com manteiga e mortadela, bananas e água à vontade eram os ingredientes da fartura matinal.

Mas nem tudo são flores na vida de Henrique Fernando e Mauricio Alexandre. Subitamente, ao deixarem a rodovia, tiveram de enfrentar 36km de uma tortuosa e pedregosa estrada. Nossos heróis até achavam que a vida era dura como pedra neste momento.

Foi quando o GPS apontou o início do caminho que os levaria à Trilha do Telégrafo. Neste momento, nossos queridos personagens haviam acabado de passar para a segunda fase do jogo. Eis que se deparam com a seguinte situação:


Qualquer um de nós se sentiria abatido, desanimado, talvez até entrasse em depressão profunda. Mas estamos falando de Henrique Fernando e Mauricio Alexandre! Exemplo de perserverança! Trataram de desmontar o bagageiro, levar sua bagagem nas costas até o outro lado da pequena poça, dexando suas fiéis companheiras de duas rodas sozinhas até que voltassem para buscá-las e carregá-las no ombro a fim de evitar uma possível danificação em suas peças devido à barrenta água que por lá passava.

Após mais três rios iguais aos da foto acima, o GPS apontava mais uma bifurcação. Era o início de uma nova fase. Nossos aventureiros deveriam atravessar agora um rio que subira de nível e na estrada alcançava a cintura. Começava agora de fato a Trilha do Telégrafo, onde não conseguiriam pedalar 30m seguidos sequer. Serelepes como só, por terem conseguido um bônus na fase anterior por terem cumprimentado todas as pessoas que passavam, nossos simpáticos galãs receberam a ajuda de Seu Ernesto, um agradável morador da região, quem lhes mostrou o caminho da luz. Além disso, ainda lhes forneceu dicas sobre o caminho a percorrer, mesmo que parecendo falar em espanhol - mal dava para entender o sotaque local. Tendo empurrado seus veículos por todo o tempo, Henrique Fernando e Mauricio Alexandre completavam assim mais esta fase. Acreditavam neste momento terem passado pelo mais difícil.

Mas as fases aumentam e as dificuldades vêm junto. Afundavam cada vez mais na lama. Já não se via mais os freios da bicicleta. Raízes se entranhavam pelos cubos da roda. Começavam a entender o porquê do blog se chamar "A Bicicleta do Sapo", a corrente coaxava a cada girar.

Nossos heróis já sabiam que ia ser difícil enfrentar todos os chefões, mas não eperavam tanto. Ficavam imaginando como seria a trilha seca (havia chovido cerca de 15mm), com terra batida e troncos para facilitarem a passagem de motos.

Já na propriedade de Dona Nica, conhecida de Seu Ernesto, nossos Cavalheiros defrontaram com uma criatura chifruda sentada no meio da trilha impedindo sua passagem: haviam alcançado a terceira casa, a de Touro. Deveriam, portanto, alcançar o cosmos e a velocidade da luz para superar este obstáculo e continuar subindo em direção ao topo. Assim, conseguiriam chegar Aténa cidade de Guaraqueçaba. Foi aí que eles perceberam que a lama não era apenas barro e água. Foi aí que eles entenderam por que a lama possuía um tom esverdeado.

E sempre empurrando a bicicleta. Se ainda aparecesse a Britney Spears para dar um incentivo maior...

Mesmo sem forças, nunca perderam a vontade de cantar uma bela canção ou contar uma boa piada no meio do caminho. E não passou pela cabeça de nenhum dos dois acampar por lá ou desistir e voltar (isso menos ainda). Nem mesmo a insistência do tênis em querer ficar na lama - ela sim os atraía e não os deixava sair da Trilha -, nem mesmo algumas pequenas quedas devido à exaustão física e piscilógica de nossos jovens foram suficientes para fazê-los abortar a missão.

Seu Ernesto havia falado de um bar no fim da trilha. Somente a partir daí conseguiriam pedalar. O relógio marcava 17:30 quando nossos sobreviventes alcançaram este local e pediram informação a um simpático moço que teimava em apenas lhes mostrar seu polegar. Parecia ventar bastante ao lado dele, não conseguia ficar parado em pé... Até que descobriram que faltariam somente 32km, dos quais de acordo com outro moço 18km de estrada ruim e 14km de estrada boa (só se for pra carro, porque para Henrique Fernando e Mauricio Alexandre foram 18km de estrada pior e 14km de pior ainda, e com subidas e descidas). Foi neste momento que tiveram de decidir se dormiriam em algum lugar daquele povoado (talvez na casa do moço que não ficava em pé) ou se enfrentariam mais esta fase, com o risco de não alcançarem o final dela ainda com a luz do dia iluminando. Para dificultar, estavam somente com o freio de sola de sapato funcionando e as marchas coaxando.


Tomaram a decisão certa, como sempre: enfrentar mais uma fase.

Chegaram em Guaraqueçaba (depois de mais alguns brejos e estradas de pedra) às 19:50, ainda com o Sol os iluminando. Nossos aventureiros fizeram as contas e viram que percorreram 87km, dos quais 77km eles pedalaram com dificuldades. Nos 10km restantes, suas bicicletas foram empurradas durante 6 horas. Nem precisa dizer que o marcador falhou de novo... À noite no hotel, os dois foram dormir ao mesmo tempo felizes por terem conseguido superar o desafio e cansados por isso. E nem precisaram usar seu Hipoglós, que fica na parte mais acessível de sua bagagem, já que ficaram pouco tempo sentados.

A viagem de hoje foi de barco de Guaraqueçaba para Paranaguá e nossos desbravadores se preparam para enfrentar o restante de sua jornada para Floripa, que parece mais perto a cada novo dia de batalhas e vitórias. Inclusive, quando agora dizem que estão indo para Floripa, as pessoas nem se espantam mais.

Nossos heróis precisam dormir. Aliás, podem ter passado vários erros de português devido ao avançar da hora.

Beijos e abraços,
Henrique Jaloto

P.S.: Admitimos não termos cuidado bem de nossas bicicletas no dia de ontem, mas era isso ou ficarmos no meio do caminho esperando o Sol aparecer.
P.S. 2: se alguém tiver sugestão de adjetivo ou substantivo para os heróis Henrique Fernando e Mauricio Alexandre fala, porque já estão muito repetitivos.
P.S. 3: sugerimos para o bom entendimento do post que assistam no www.youtube.com ao vídeo do Joseph Cliver (é só procurar por esse nome que vai aparecer um vídeo lá), além de conhecer a história de Cavaleiros do Zodíaco.
P.S. 4: mudamos nossos planos para evitar o máximo de estrada de terra daqui pra frente. Manteremos todos informados sempre que possível (de preferência uma vez por dia)
P.S. 5: esta foi a única foto do dia de ontem. Havia coisas maiores para se preocupar naquele momento...
P.S. 6: não tem mais P.S.

15 Comments:

At 9/1/07 00:04, Anonymous Anônimo said...

Um adjetivo pra vcs:
TARIMBADOS

Vcs deviam ter comprado aqueles tênis com rodinhas!

Gori

 
At 9/1/07 00:23, Anonymous Anônimo said...

Gente!!!

Tô vibrando diariamente ao ler o relato dessa aventura...literalmente vcs são os nossos cavaleiros brasileiríssimos....Avante e Força MUITAAAAAAAA força pra subir e descer....

Bjks, Tia Lelê

 
At 9/1/07 00:37, Anonymous Anônimo said...

Fala alexandre, é o leandro. Po vc é o diretor de tamborim da alegria. Parabens e volta logo. abraço.

 
At 9/1/07 00:40, Anonymous Anônimo said...

Puxa, capítulo longo e sofrido o de hoje!
Não sei se choro ou se dou boas risadas.
Filho gostava mais qdo limpava a lama do seu "Bibi" de plástico depois de uma grande aventura no quintal da casa da vovó.
Meus queridos, cuidem-se mais ainda.
Mãe

 
At 9/1/07 00:42, Anonymous Anônimo said...

Vocês são meus ídolos....to emocionado com essa odisséia.
o q siginfica ''tarimbados'' ??

 
At 9/1/07 00:45, Anonymous Anônimo said...

pq o gori posta como Anonimo e depois assina o post ??

 
At 9/1/07 00:52, Anonymous Anônimo said...

Eu não queria dizer...+ acho q eles são impostores. Essas fotos foram tiradas em niterói. Não Há viagem alguma. Tudo é uma farsa.
Foi mal galera....mas eu tive q contar.

 
At 9/1/07 01:02, Anonymous Anônimo said...

ia te dizer que cheguei de viagem cansada ...
mas mudei de idéia ! cheguei inteira,melhor impossível ! :)

ainda não deu 'game over' ...
vocês ainda tem fases a enfrentar,e nós (voces já sabem quem é 'nós') estamos aqui assistindo e torcendo pra que vocês zerem o jogo !

beijos,a irmã do jaloto :*

 
At 9/1/07 08:11, Anonymous Anônimo said...

Os guardiões das bicicletas hão de vencer o mal,
o seu destido é pedalar e comer barra de cereaaaaal!
Pedalantes do zodíaco, passaram por uma belo lamaçal.
Se o hipoglós está intacto,
ainda não houve dano anal!!!

Ahhhh muleques!!!
To imensamente orgulhoso, cuidem dessas bikes porra! Mas sei que agora devem estar dando aquele trato nelas antes de seguir, confio em vocês!
Vou ver se ligo para os amiguinhos mais tarde, continuem assim!
Pra direita e avante!!!

Ps1: Eu acho que aquele tio tava bêbado!
ps2: Os tênis sobreviveram?
ps3: Na internet da Inglaterra pega blog brasileiro?
ps4: Henrique, pára de enrolar o cabelo, vc vai acabar caindo...

 
At 9/1/07 08:18, Anonymous Anônimo said...

A quem interessar possa, a musiquinha aí em cima é uma paródia do tema de abertura do desenho animado cavaleiros do zodíaco.

ahhh, ô indu...

 
At 9/1/07 09:46, Anonymous Anônimo said...

Vcs são realmente muito bravos, LOUCOS né!!! Eu te disse, eu te disse, eu te disse, essa viagem é coisa pra maluco... e olha q disso eu entendo rsrsrs
Mas td bem, vcs estão bem e isso q importa, e omais importante estão felizes... ai, ai, ai (agora digo eu) q preocupação vcs estão fazendo-nos passar hein, mas a vitória de vcs é a recompensa :D

P.S.: acho q esse amigo Gori ñ gosta muito de vcs... tênis com rodinha???!!! Pra q? Pra vcs escorregarem, pra ser mais uma coisa travando??? Rapaz, rapaz... muita atenção nessa hora ( e isso serve pra vcs tb, SEMPRE)

Bjs, boa viagem e aguardando próximo capítulo.

 
At 9/1/07 09:55, Anonymous Anônimo said...

"Pedalantes do Zodíaco"
(Tb é ótimo)

Bom dia!
Isso aqui virou mania nacional (ou internacional)
rapha, vc é o 3o.pedalante invisível?
Cês tão em Pontal do Paraná ou Matinhos?
Me perdi.
Pelo calendário falta pouco p/ o témino da missão. Força meus Heróis!
Bjks.
Mãe

 
At 9/1/07 11:45, Anonymous Anônimo said...

Batalhas e Vitórias! É assim que deve ser. A luta continua! Como diz o rapha, "pra direita e avante". E como digo eu, sempre, "atenção". Não devem aparecer mais touros no caminho, já que resolveram fugir das estradas de terra, mas no asfalto existem "touros" muito mais agressivos. Sempre alerta e sem riscos desnecessários.
E...PARABÉNS! E continuem assim, dando notícias, entendeu né Henrique?
Beijos.
Mãe

 
At 9/1/07 18:23, Anonymous Anônimo said...

Só acompanhando...

 
At 10/1/07 07:29, Anonymous Anônimo said...

olha, depois dessa sua maratona intensa de musculação, eu acho, não sei porque, que perdi completamente a vontade de dar continuidade à nossa maratona de lutas.

e eu juro, eu procurei erros de português só pra ter algo pra encher o saco. mas tudo que eu achei foi um "Aténa", mas isso nao é erro de português, é de digitação, entao nao vale.

e perdão, eu adoraria ter acompanhado tudo desde o início, mas eu nem tinha visto o blog, dai eu via e esquecia, dai .. ah, cê sabe, né ?
mas eu juro que eu li tudinho !

e eu também nao sabia que os blogs do brasil podiam ser acessados da inglaterra.

bom, boa sorte, e cuidado pra vocês nao terminarem como dois grandes pesos de papel ! [=

 

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