17 outubro 2007

Vai pra calçada, fera!

Hoje eu estava andando de bicicleta na rua Conde de Bonfim, na Tijuca. É uma rua bem movimentada, com passagem de carros, caminhões pequenos e ônibus. É uma rua de mão dupla, mas as pistas de sentidos diferentes são separadas por um canteiro em um grande trecho. Eu estava andando no bordo esquerdo no trecho em que existe essa muretinha. Eis que meu sentido aranha me prevê que um caminhão se aproxima e vai me dar uma leve fechada. Assim que ele me ultrapassou, dei uma freada para que eu continuasse em pé (é, ele passou um pouco próximo de mim). Reclamei para mim mesmo - preferi não expor meus sentimentos para o motorista. O sinal fechou, eu o ultrapassei e depois novamente ele veio passar ao meu lado, porém desta vez me deu um conselho:
- Vai para a calçada, fera...
Não falou grosseiramente, pareceu um conselho mesmo. Digo sem ironias. Tanto achei isso, que fui de encontro a ele novamente quando o sinal havia fechado e ele parou mais uma vez:
- Lugar de bicicleta é na rua, cara - ponderei
- Não é não, aqui não é via expressa pra bicicleta - seja lá o que isso significa
- Nao, cara. É pra andar na rua, no cantinho.
- Não, não... É na calçada. Vai na minha, cara... Você vai arranjar problema. Vai vir um carro e você vai arranjar um problema pra você. Vai pra calçada, vai - mais uma vez ele me aconselhou
- Calçada é pra pedestre! É pra andar na rua, tá lá no código!
- Negativo!
- Tá sim, artigo 58!
- E o artigo 58 vai te proteger dos carros?
- Não, realmente não. Mas aí vai da consciência de cada um né...
Vrruuummmm